Valorização deve continuar, diz consultoria
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Março/2013 – O Estado de São Paulo
Os preços das terras agrícolas do País tendem a continuar com valorização superior à inflação, prevê o diretor técnico da consultoria Informa Economics/ FNP, José Vicente Ferraz. Ele tem dúvidas, no entanto, se o ritmo de alta dos últimos dez anos será mantido. “Existe um limite de preços da terra que pode inviabilizar a produção agrícola.”
De qualquer forma, três fatores, na avaliação do especialista, sustentam a perspectiva de continuidade de valorização desse ativo. O primeiro fator é que a oferta de terra é finita. Esse aspecto ganhou força especialmente com a legislação mais rigorosa sobre desmatamento que restringe o uso do solo.
Por outro lado, a perspectiva é de que a demanda por produtos agrícolas aumente vigorosamente, puxada pelo consumo de alimentos em países relativamente pobres. A população desses países está ganhando renda e começa a se alimentar melhor. Nesse rol, estão os mais populosos e que enfrentam dificuldades de produção: China e Índia.
O terceiro fator que contribui para a valorização das terras brasileiras, segundo Ferraz, é que poucos países têm estoque de terras em condições de produzir com ganhos de produtividade, como o Brasil. “As projeções para o agronegócio são fantásticas. Isso faz com que as terras brasileiras valorizem”, observa.
Recentemente, esse cenário favorável tem atraído para compra de terras destinadas ao agronegócio não apenas agricultores e pecuaristas, mas também fundos de investimentos. “Hoje, os fundos respondem por 30% da procura por terras”, conta Atílio Benedini, dono da Benedini Imóveis, tradicional imobiliária de Ribeirão Preto (SP). Ele explica que os fundos procuram terras em áreas de fronteira agrícola.
Segundo o corretor, existem grupos de investidores, sem ligação com o agronegócio, que se reúnem e compram terras para arrendar. Eles recebem um porcentual que gira em torno de 5% ao ano da renda da terra e mais 5% da valorização do ativo. “É um grande negócio.” / M.C.