Preço dos imóveis deve subir cada vez menos
Posted by Fred Rangel Comment |
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maio
Maio/2013 – Folha.com
Depois de um boom nos preços em 2010, o mercado imobiliário brasileiro assiste a uma tendência de desaceleração que deve se manter nos próximos meses, de acordo com a LCA.
Em relatório de ontem, a consultoria diz que “a última classe de ativos em reais que ainda oferece (ou oferecia) retorno real positivo está em franca desaceleração”.
Essa tendência não necessariamente levará a uma queda dos valores dos imóveis no futuro, segundo especialistas. “Não sei se os preços vão chegar a cair”, afirma Homero Guizzo, da LCA. Segundo ele, as cotações devem se acomodar em um patamar de crescimento menor.
As conclusões do relatório se baseiam no IVG-R, índice divulgado pelo Banco Central em abril. Enquanto em 2010 a alta no valor dos imóveis alcançou taxas próximas a 20%, em 2012 o crescimento foi de 3,6%, descontada a inflação. Esse movimento acompanha uma expansão menor do crédito imobiliário, que, segundo a consultoria, teria impactado o mercado.
Guizzo afirma que o cenário também reflete o crescimento reduzido do PIB em 2012, que deixou os consumidores mais conservadores na hora de comprometer a renda na compra de uma casa.
Há divergências. Para João da Rocha Lima Junior, professor de mercado imobiliário da Poli (Escola Politécnica da USP), a estabilização dos preços reflete uma mudança estrutural do setor.
Segundo ele, o mercado finalizou um ciclo de adaptação ao aumento de investimentos possibilitado com a abertura de capital das grandes construtoras e os fatores que favoreceram a forte alta dos preços em 2010 não existem mais.
As construtoras, com dinheiro para empreender, pressionaram os preços da mão de obra e de terrenos, o que se somou à demanda reprimida, causada pela crise internacional de 2008. Agora, esses custos já foram incorporados aos preços.
“A tendência é de acomodação [dos preços], próximo ao patamar de inflação, um pouco abaixo ou acima.”
Para o BC, uma queda nos preços é pouco provável. Isso porque 98% dos imóveis considerados no índice são para moradia, o que reduz o poder de barganha do comprador na negociação de preços.