Cyrela deve revisar para baixo metas para 2012
Posted by Fred Rangel Comment |
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17 January 2012 – Valor Econômico
A Cyrela Brazil Realty deve revisar para baixo, até o fim do mês, suas metas de lançamentos e vendas para 2012. “É muito provável que isso ocorra”, afirma o vice-presidente financeiro da Cyrela, José Florencio Rodrigues. Não se trata de medida em decorrência de retração de demanda, conforme o executivo, mas de resultado da diretriz adotada pela companhia de crescer de forma mais orgânica para ter melhor controle de custos. Menos terceirização nos canteiros de obra leva a crescimento menor, o que contribui para a geração de caixa, segundo Rodrigues.
As projeções ainda em vigor para 2012 são de lançamentos de R$ 8,7 bilhões a R$ 9,8 bilhões e de vendas entre R$ 8 bilhões a R$ 8,9 bilhões.
Em 2011, a Cyrela vendeu R$ 6,49 bilhões, valor 5,3% superior ao registrado em 2010, mas não cumpriu sua meta, que ia de R$ 6,9 bilhões a R$ 7,7 bilhões. A Cyrela lançou o total de R$ 7,91 bilhões, dentro da faixa projetada de R$ 7,6 bilhões a R$ 8,5 bilhões, e 3,9% acima do de 2010.
No quarto trimestre, a Cyrela lançou R$ 3,34 bilhões e vendeu R$ 2,38 bilhões. Segundo Rodrigues, os lançamentos foram concentrados na segunda metade do trimestre. “Não houve tempo hábil para vendermos na velocidade que imaginávamos”, diz o executivo. O comportamento mais seletivo dos clientes na decisão de comprar um imóvel também contribuiu para as vendas anuais ficarem aquém do ponto mínimo projetado para o ano. Em 2011, a velocidade de comercialização medida pelo indicador vendas sobre oferta (VSO) foi de 51%, abaixo dos 55% de 2010. “A VSO está bastante adequada às nossas metas”, afirma.
No ano, os preços dos imóveis Cyrela de mesmo padrão dos comercializados em 2010 tiveram alta de 20%. Se o valor de venda do total dos imóveis for comparado ao dos comercializados em 2010, a alta chega a 35%, devido à mudança de mix de produtos. “Em 2012, os preços devem subir pelo menos acima da inflação do setor, medida pelo INCC”, diz.
A Cyrela era uma das empresas das quais o mercado tinha dúvida se alcançaria as respectivas metas. Em meados de dezembro, Rodrigues informou ao Valor que a empresa atingiria as projeções ou ficaria próxima à parte inferior das metas de lançamentos e vendas.
Ontem, o executivo reiterou a expectativa que os estouros de orçamentos de obras referentes a lançamentos de 2008 e 2009 deixem de ter efeito nos seus resultados a partir do terceiro trimestre. A margem bruta da companhia para o ano deve ser de 32%.