O mapa dos preços no Rio
Posted by Fred Rangel Comment |
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fev
January 2012 – O Globo
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Os tipos de imóveis vendidos no Rio por valores entre R$300 mil e R$1 milhão
O carioca que procura um apartamento para morar já sabe: os preços no Rio estão meio loucos. Subiram exponencialmente nos últimos dois, três anos, e é preciso ter uma boa dose de paciência para encontrar o imóvel desejado, pelo valor que se imagina gastar. Para muitos, a sensação é de que será impossível conseguir.
A boa notícia é que, segundo especialistas, a tendência para 2012 é de estabilização. A má, é que apesar do lobby do mercado, o governo ainda não deu sinais de que vai aumentar o limite máximo de R$500 mil para os imóveis financiados pelo Sistema de Financiamento da Habitação (SFH) — o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Hereda, já disse temer que um aumento desse limite sirva para endossar a alta dos imóveis. Até porque, analistas ainda se questionam se estamos diante de uma bolha de preços. Considerando esse cenário, fomos a campo para descobrir o que está custando quanto no Rio. Para facilitar, elegemos três limites: imóveis de R$300 mil, R$600 mil e R$1 milhão.
Só com R$1 milhão é possível comprar apartamentos realmente confortáveis na Zona Sul da cidade. O valor permite adquirir imóveis que vão de amplos dois-quartos, em bairros como Botafogo e Jardim Botânico, a lofts modernosos em um empreendimento em Laranjeiras. Se a ideia for morar em Ipanema e Leblon, contudo, ainda será preciso procurar. Os bairros oferecem ofertas de dois-quartos nesse valor, mas nem sempre os imóveis estão em boas condições. No Leblon, segundo dados do Secovi-Rio, o preço médio de um apartamento desse tipo estaria em R$1,3 milhão.
Até R$1 milhão, há ainda imóveis na Gávea, um bairro com forte tendência de valorização, já que vai receber uma estação de metrô, diz Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-Rio.
Mas o maior número de ofertas se concentra na faixa que vai dos R$350 mil aos R$700 mil. E em todas as regiões da cidade. Com R$600 mil num bolso e um pouco de sorte no outro, por exemplo, dá até para comprar bons apartamentos de dois quartos em bairros como Copacabana, Botafogo e Flamengo. Muito provavelmente precisando de obras, o que, aliás, é quase sempre necessário quando se opta por imóveis usados. Esses valores variam não só em função da localização, mas da condição do imóvel: se o andar é alto, se tem vista ou se é devassável, se a planta é bem dividida. Em Copacabana, por exemplo, tem muitas ofertas nesse valor, mas em ruas como Barata Ribeiro e Nossa Senhora de Copacabana, nem sempre atraentes, devido ao grande moviment, lembra Rodrigo Feliciano, diretor comercial da Brasil Brokers Ética.
Já na Tijuca e na Barra, o conforto aumenta junto com a metragem, enquanto a idade do prédio diminui: há apartamento de cerca de 70 metros quadrados, com dois quartos em condomínios de até dez anos, com alguma infraestrutura de lazer. Com esse valor, também é possível chegar a Ipanema: mas apenas em conjugadão ou quarto-sala sem vaga e, certamente, sem elevador. — O meu maior volume de vendas atualmente vem de imóveis abaixo dos R$400 mil. A maioria deles nas regiões da Barra da Tijuca, Recreio, Jacarepaguá e Zona Norte, onde se concentram dois terços dos lançamentos que são feitos do Rio. São locais em expansão porque estão em recuperação ou porque recebem investimentos do estado — avalia Luigi Gaino Martins, diretor do braço carioca da Lopes Imobiliária.
Difícil mesmo é conciliar Zona Sul e apartamentos de até R$300 mil. Não que o valor seja assim tão baixo. Mas com os preços em voga na cidade, encontrar um bom imóvel por esse preço na região é tarefa das mais árduas. Ali esse valor compra conjugados de no máximo 20 metros quadrados em prédios antigos de Copacabana. Ou um pouco maiores, cerca de 30 metros quadrados, em Botafogo ou no Flamengo.