Segmento de alto luxo cresce no mundo ignorando crise econômica
Posted by Fred Rangel Comment |
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Fevereiro 2012 – Valor Econômico
O mercado imobiliário internacional de alto luxo não foi afetado pela crise financeira que abala as economias americana e europeias. Uma pesquisa realizada pela Christie’s International, rede de imobiliários presentes em mais de 40 países e que negocia anualmente mais de US$ 100 bilhões em imóveis, mostra que investidores internacionais continuam adquirindo apartamentos e casas que custam mais de US$ 1 milhão em cidades em que houve queda de preços, mas também não deixam de lado metrópoles cujo metro quadrado continua caríssimo como Paris, Nova York ou Hong Kong.
Mercados como os de Miami continuam bem aquecidos. Ronald Shuffield, presidente da imobiliária da Esslilnge-Wooten Maxwell Realtors, respondeu à consulta, realizada em setembro, contando que pelo menos um imóvel superior a US$ 1 milhão foi vendido por dia, nos 130 dias anteriores à pesquisa.
O levantamento, feito anualmente com todos os associados da Christie’s, aponta que em 67,5% do mercado internacional de imóveis de luxo houve incremento nas vendas, se comparado com o mesmo período de 2010. Os maiores picos ocorreram em Londres, Nova York, Beverly Hills, Hong Kong e Paris. A capital da França foi a que teve maior crescimento nas vendas, 22%. Com propriedades que custam mais de US$ 5 milhões, o mercado é dominado por clientes internacionais, relatou Charles-Marie Jottras, da Dainel Féau Conseil Immobilier. A pesquisa mostra ainda que 62% dos principais clientes das imobiliárias possuem de duas a quatro residências no mundo, mas há um deles que chega a ter 12.
O mercado da Flórida é outro que está bem aquecido e voltou aos padrões anteriores à crise de 2008. “Compradores que chegarem hoje esperando encontrar propriedades baratas vão entrar em choque ao descobrir quanto elas estão custando”, disse Michael Saunders, da Michael Saunders & Company.
Até na Espanha há um crescimento nas vendas, mas com queda de preços. José Ribes Bas da Rimontgó, em Valência, relatou que muitos investidores estrangeiros estão aproveitando para comprar com os preços mais baixos. O mesmo acontece em paraísos da Grécia. A crise fez com que os proprietários locais colocassem seus imóveis à venda. “Mas ela não está afastando os compradores, que estão aproveitando para adquirir maravilhosas casas com vista para o Mediterrâneo, a preços inimagináveis há dois anos”, contou Yannis Ploumis, da Ploumis Sotiropoulos Real State.
Embora seja um mercado de altos valores, os compradores não procuram pechinchas que precisam de reformas. “Eles querem casas prontas para morar. Reformar não é um gasto popular neste mercado”, conta Barbara Cleary, de Connecticut.