Prédio que atrair trânsito terá que investir em transporte
Posted by Fred Rangel Comment |
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Junho/2012 – Folha de São Paulo
Nos próximos dias, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vai começar a exigir investimento em transporte público como forma de grandes empreendimentos compensarem o impacto que causam no trânsito.
A mudança entra em vigor com a publicação de uma minuta sobre o tema. Hoje, polos geradores de tráfego fazem apenas obras como alargamento de vias e instalação de semáforos. Essas obras são condição para que obtenham o Habite-se e possam funcionar. São cobradas, por exemplo, de prédios residenciais com 500 vagas de garagem e de locais de eventos com capacidade para 500 pessoas ou mais.
Após consulta ao setor jurídico da Secretaria Municipal de Transportes, Marcelo Branco, titular da pasta, entendeu que a lei atual permite a nova interpretação. “Se um empreendimento vai multiplicar por dois o número de carros, precisa ter o dobro da largura da rua. A outra forma de impedir que haja um congestionamento é fazer com que não haja essa duplicação do número de viagens, através de transporte público ou diminuindo a demanda por carro”, disse.
“A obra tem que ter relação direta com a mitigação de impacto gerado pelo empreendimento, preferencialmente com transporte público.”
Além da SPTrans, Metrô e CPTM também serão consultados porque grandes empreendimentos poderão arcar, por exemplo, com novas estações de trem ou modernização que agilize o sistema.
Para Horácio Figueira, consultor em engenharia de tráfego e transporte, a mudança é boa. Ele sugere, por exemplo, a criação de miniterminais de ônibus em shoppings.
Claudio Bernardes, presidente do Secovi (sindicato do setor imobiliário), diz que tanto faz para o setor. “Se é para fazer ponte ou estação de metrô, tanto faz. São 5% do custo da obra.” Ele diz ainda que, no fim das contas, quem paga pela obra é o consumidor final, por causa do repasse do custo da compensação no preço.